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Alvo de operação ostentava veículos, gado e vida de luxo nas redes sociais
14 de Maio de 2024 as 05h 38min
Investigado ostentava vida de luxo, com veículos e cabeças de gado – Foto: DivulgaçãoJanderson dos Santos Lopes, principal alvo da Operação La Catedral, deflagrada na última terça (7), ostentava uma vida de luxo nas redes sociais, com veículos de alto valor, imóveis, empresas e cabeças de gado em sua propriedade rural. O que chamou a atenção da Polícia Civil foi que a maioria dos bens foi adquirida quando ele já estava preso, cumprindo pena de 39 anos de prisão em regime fechado, na Cadeia Pública de Primavera do Leste.
O preso é investigado por liderar um esquema criminosos que envolvia lavagem de dinheiro de origem ilícita, como o tráfico de drogas, e pela prática de corrupção, com oferta de vantagens indevidas a servidores públicos, como o diretor da cadeia pública do município, Valdeir Zeliz dos Santos, que também foi alvo da operação.
Segundo as investigações, conduzidas por cerca de um ano pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, após ter sido transferido para o município, Janderson adquiriu um patrimônio considerável, incluindo a abertura de duas empresas, a compra de diversos caminhões, imóveis e veículos caros para si e sua esposa.
Uma das empresas, conforme a Polícia Civil, se trata de uma loja de materiais de construção, enquanto a outra é uma transportadora. Para a operacionalização, ele adquiriu pelo menos 21 caminhões reboque, dois semi reboques, 13 caminhões trator, sete dollys, um caminhão caçamba e quatro caminhões das marcas Iveco, Ford e Volvo.
Janderson também foi identificado com uma VW Amarok, duas Ford Ranger, uma Ford F350, três Toyota Hilux e um Corolla Cross. Ele ainda tinha um Fiat Strada e um GM Onix. Os veículos, bem como as cabeças de gado que possui na propriedade rural em Poxoréu, eram objetos de ostentação por parte de Janderson.
“Percebe-se pelas redes sociais que foi a partir do momento em que ele chegou em Primavera do Leste que ele passou a ostentar a vida de luxo, principalmente as cabeças de gado, que ele gosta de filmar, os caminhões de sua transportadora e seus diversos veículos. Tudo isso também chama a atenção porque ele e a esposa tiveram os bens apreendidos em outras operações e, ainda assim, o patrimônio aumentou em mais de R$ 20 milhões”, observou o delegado Honório Neto.
Conforme as investigações, o aumento no patrimônio de Janderson foi possível porque ele contava com a anuência do diretor da Cadeia Pública de Primavera do Leste para realizar diversas atividades pessoais durante o dia.
As investigações apontaram que Janderson teria pago propina para ser liberado da cadeia para trabalhar e cursar uma faculdade, mas desrespeitava o acordo judicial ao trabalhar em suas empresas e fazer atividades em sua propriedade rural, localizada em Poxoréu.
Além de utilizar mão de obra de presos da Cadeia Pública para atividades de seu interesse, Janderson também contava com o apoio da esposa, Thais Emilia Siqueira Silva, que também já havia sido investigada nas operações Três Estados e Red Money e foi novamente alvo da Polícia Civil.
Segundo as investigações, Thais seria a operadora financeira do esquema e auxiliava o marido com a prática de lavagem de dinheiro. Ela era sócia em empresas e transacionava com pessoas relacionadas a Janderson, chegando a movimentar, em um ano, mais de R$ 1 milhão, mesmo sem ter comprovação do lastro financeiro.
“Os relatórios demonstram uma atividade típica de movimentação financeira associada à lavagem de capitais, sendo que ela auxiliava o marido na abertura de empresas de fachada para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas identificado nas outras operações policiais”, destacaram os investigadores. A associação criminosa liderada por Janderson também envolvia outros presos, amigos e familiares.
LA CATEDRAL
A operação, deflagrada em 7 de maio pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, apura crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de pessoas presas para atividades ilegais. Foram cumpridas 132 ordens judiciais de prisões preventivas, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados.
Segundo as investigações, Janderson, principal alvo da operação, realizava atividades ilegais mesmo estando preso e contava com a anuência do diretor da Cadeia Pública, Valdeir Zeliz dos Santos, que deu apoio à formação de uma associação criminosa mediante recebimento de vantagens indevidas.
O grupo criminoso atuava para promover a lavagem de dinheiro de origem ilegal por meio de transações entre terceiros e empresas, além da compra de bens, como veículos e imóveis.
Fonte: DA REPORTAGEM
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