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Alguns agricultores de soja ainda aguardam adubo para plantar
Ritmo mais intenso nesta fase inicial do plantio em Mato Grosso é confirmado em números
09 de Outubro de 2021 as 20h 03min

O início da safra 2021/22 de soja tem sido animador na fazenda Santa Ernestina, em Sorriso, bem diferente do que aconteceu na última temporada, quando a demora da chegada das chuvas comprometeu o “start” do plantio da lavoura de soja. Desta vez, a água caiu na hora esperada e permitiu que as máquinas fossem para o campo no momento certo.
“A umidade do solo estava boa e conseguimos começar a plantar no dia 24 de setembro. No ano passado, só começamos a plantar no dia 18 de outubro”, comenta o agricultor Cleiton Tessaro. Com condições favoráveis, a semeadura deslanchou: 80% dos 2.200 hectares já foram cultivados.
Na Fazenda Santa Cecília, em Nova Mutum, os trabalhos também estão adiantados. “Já plantamos 40% dos 1.800 hectares previstos para esta safra”, conta o agricultor Clairton Pavlack que, na última safra, só ‘ligou’ as plantadeiras depois do dia 14 de outubro.
O ritmo mais intenso nesta fase inicial do plantio em Mato Grosso é confirmado em números. Pelo menos 6,1% da área total estimada para esta safra no estado (10,84 milhões de hectares), foram semeados. Nesta mesma época do ano passado, apenas 1,7% estavam cultivados. A área cultivada até aqui também é superior à média histórica para o período, que é de 3,3% segundo o Imea.
O atual cenário, porém, tem duas realidades distintas. Enquanto alguns agricultores já se aproximam da reta final do plantio, outros aguardam com preocupação a entrega dos fertilizantes e temem os impactos que a demora para o início do cultivo pode provocar no desempenho das lavouras.
É o caso do João Paulo Kovahulk, que ainda aguarda as chuvas para dar início ao plantio da área de 1.600 hectares em Canarana-MT. Nesta safra o agricultor aumentou o investimento em adubação na expectativa de colher 4 sacas a mais por hectare. Mas a morosidade na entrega dos fertilizantes ameaça os planos do produtor.
“O que eu tenho na fazenda dá para eu plantar de três a quatro dias. A gente está bem preocupado com essa situação, sem saber o que fazer, se a gente vai plantar sem adubo, se a gente vai esperar esse adubo chegar porque está muito atrasado e se ele vai chegar ainda, porque sabemos que o custo de produção hoje é alto e nós dependemos desse adubo para plantar e ter uma boa produtividade”, relata.
Presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum, o agricultor Paulo Zen também ressalta a preocupação de muitos produtores da região, que esperam o insumo para poder dar início ao cultivo.
“Em torno de 10% a 15% dos produtores ainda não receberam todo o adubo. Tem de 30% a 60% do fósforo para chegar. Se for olhar para uma antecipação da chuva onde muitos já começaram a plantar, já é um fator preocupante e essa preocupação pode se estender para o milho”, comenta.
Na região de Primavera do Leste, que nesta safra deve cultivar mais de 1,4 milhão de hectares de soja, o atraso nas entregas dos fertilizantes pode prejudicar o rendimento das lavouras e comprometer as áreas mais novas de cultivo. É o que afirma Marcos Bravin, presidente do sindicato rural.
“Muita gente vai plantar e depois vai jogar o adubo por cima. Isso aí vai refletir na produção, porque um adubo que é jogado a lanço depois de uma soja plantada o potássio tudo bem, mas o fósforo é meio complicado porque ele fica por cima do solo. Muita gente com contrato de arrendamento nas áreas novas de pasto degradado na região de Primavera, Paranatinga e Gaúcha do Norte que não tem adubo, que não sei se vão ser plantadas”, alerta.
Fonte: DA REPORTAGEM
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