Ancelotti diz que não vê obrigação em vencer a Copa

16 de Setembro de 2025 as 16h 38min

Carlo Ancelotti foi contratado pela CBF faltando um ano para a Copa do Mundo de 2026. É o quarto treinador de um ciclo conturbado, que já teve mudança até no comando da entidade. Antes do italiano, Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Júnior dirigiram a Seleção.

O treinador concedeu entrevista ao jornal "L'Équipe", da França, na qual tirou o peso da pressão sobre a Seleção no Mundial, que será realizado nos EUA, México e Canadá. O Brasil não vence a Copa desde 2002, quando foi pentacampeão. “A obrigação é tentar, ninguém tem obrigação de ganhar. Quem no futebol tem obrigação de ganhar?”.

Até a Copa do Mundo, Ancelotti, que comandou o Brasil em apenas quatro partidas, terá somente mais seis jogos. São três Datas Fifa, em outubro, novembro e março, com dois jogos em cada. Há a possibilidade ainda de amistosos antes da Copa, que começa dia 11 de junho e termina em 19 de julho.

“No futebol, muitas coisas podem acontecer que mudam o resultado. Treinei o Real Madrid por seis anos e não ganhei seis Ligas dos Campeões, ganhei três”.

Por falar em Real Madrid, Ancelotti disse que a equipe espanhola, com a qual tem enorme identificação, seria o único time que ele poderia treinar depois que deixasse a seleção brasileira. O contrato assinado com a CBF vai até o fim da Copa do Mundo de 2026.

- O único time que eu poderia treinar depois do Brasil seria o Real Madrid. Não acho que isso vá acontecer. Tenho um contrato de um ano aqui, e depois disso tudo pode acontecer. Assinei por um ano porque acho que foi a coisa certa a fazer.

Carlo Ancelotti tem 66 anos e treinou o Real Madrid em duas passagens. No clube espanhol, conquistou três Champions League, dois Campeontos Espanhóis e vários outros troféus.

Pelo Brasil, os próximos compromissos serão nos dias 10 e 14 de outubro, em amistosos contra a Coreia do Sul e o Japão.

PADRÃO DE JOGO

A 5ª colocação na tabela de classificação final das Eliminatórias da Copa 2026 - América do Sul é a pior posição que a Seleção Brasileira conquistou na história deste formato de competição. O Brasil não ficou de fora da Copa do Mundo de 2026, porém, é um tanto vexatória essa colocação, dada a tradição que o futebol brasileiro possui. Além disso, a evolução tardia pode ser insuficiente diante da qualidade dos adversários que terá que enfrentar no Mundial.

Pelo regulamento anterior da fase de eliminatórias, no qual se classificariam diretamente somente os quatro países primeiros colocados da América do Sul, o Brasil teria que disputar a repescagem, que incluía enfrentamentos adicionais e anteriores ao início oficial da Copa do Mundo. O regulamento foi alterado, pois foi aumentado para 48 o número de países participantes do torneio mundial. Na América do Sul, agora, conseguem vagas diretas os seis primeiros colocados, e o sétimo participa da repescagem.

Nesta edição, as Seleções da Argentina, Equador, Colômbia, Uruguai, Brasil e Paraguai têm vaga direta assegurada para a Copa do Mundo de 2026. Já a Seleção da Bolívia terá que participar da repescagem, que disponibiliza mais duas vagas a serem disputadas por representantes da América do Norte, América Central, África, Ásia e Oceania, em torneio de sistema mata-mata.

Não é vergonha nenhuma disputar essa fase adicional, pois trata-se de mais uma chance de conquistar a tão sonhada vaga para a competição mundial. Para a Bolívia, que não participa da Copa do Mundo desde 1994, conseguir a sétima colocação nas Eliminatórias da Copa - América do Sul é um feito histórico, principalmente por apresentar estilo de jogo eminentemente reativo.

Os bolivianos utilizaram muito bem o fator altitude, apresentando melhor aproveitamento após a mudança de sua sede para El Alto que fica a 4.150m acima do nível do mar. Acostumaram-se a aproveitar os erros dos adversários, principalmente por não estarem habituados a jogar nessa altitude.

Fonte: DA REPORTAGEM