Noticias
Aumentar impostos só vai penalizar o setor de serviços
06 de Agosto de 2025 as 04h 42min

Uma cidade que cresceu graças à liberdade de empreender e ao trabalho técnico sério, criar neste momento um aumento abrupto do ISSQN, está completamente na contramão de gestões modernas e vai custar muitos empregos e receitas.
Em um período de grave crise econômica nacional e mundial, ter aumentos gigantes de taxas, só traz insegurança e uma sensação ruim para quem deseja produzir, construir e gerar empregos.
Sinop atravessa um momento delicado. A recente mudança na tributação do ISSQN de obras, que em alguns casos mais que dobrou o valor cobrado, gerou indignação entre profissionais da engenharia, arquitetura, empresários da construção civil, incorporadores e toda a cadeia produtiva. O impacto não foi apenas técnico ou financeiro. Foi realista. E essa realidade – de ruptura, de arbitrariedade e de desprezo pelo diálogo – precisa ser enfrentada com firmeza e responsabilidade.
Lembrando que todo esse aumento atinge o bolso do trabalhador, que muitas vezes vai ter seu sonho de construir interrompido e este esfriamento de obras, vai gerar um recuo de dinheiro na praça.
Uma cidade forte, tem também, na engenharia, na arquitetura e construção, pilares de ordem e progresso. Nossa Sinop não se tornou um polo de desenvolvimento por acaso. Foram décadas de esforço coletivo, onde engenheiros, arquitetos e construtores caminharam lado a lado com os pioneiros, trabalhadores dessa cidade, que nos seus 50 anos, cresceu também na base da confiança, da liberdade de empreender e de um poder público ouvinte das dores da comunidade. Hoje, esses pilares estão sob ataque silencioso, porém avassalador por seus efeitos colaterais.
Historicamente, a cobrança antecipada do ISSQN na emissão do Alvará de Construção era simbólica – um rito mais do que um impacto real. No entanto, a partir de 2017, com a adoção do CUB como base de cálculo, os valores começaram a subir. E agora, em 2025, o que era distorção virou sufocamento.
A alíquota se manteve, mas a base explodiu. E, de repente, contribuintes passaram a ser cobrados em valores jamais vistos, da noite para o dia, sem qualquer aviso prévio ou diálogo com a sociedade civil organizada, uma maneira radical de impor mais taxas a quem já pagava bastante.
O que está em jogo aqui não é apenas uma questão tributária. É toda a segurança jurídica de uma cidade. É o respeito ao exercício profissional. É a capacidade de planejar, investir e construir sem o peso arbitrário de uma exigência antecipada, que fere princípios constitucionais e técnicos. É preciso deixar expresso, no texto do Código Tributário Municipal, a impossibilidade de cobrança antecipada do ISSQN de Obras como condição para a emissão de alvarás de construção. Isso não é privilégio – é justiça tributária básica.
Sinop foi construída mais do que com concreto e asfalto. Foi erguida com espírito comunitário. Nos piores momentos da economia, os pioneiros sempre se ajudaram. Essa solidariedade silenciosa foi a argamassa invisível que nos trouxe até aqui.
Romper com esse espírito é romper com o que fez Sinop dar certo. Hoje estamos diante de uma ausência total de sensibilidade do poder executivo, que busca ganhar tempo esvaziando o tema e simplesmente ignorando todo reflexo deste aumento tributário.
Não estamos diante somente de um problema técnico. Estamos diante de um problema político e social. E a resposta precisa vir da sociedade civil organizada, de forma propositiva, serena, firme e de toda responsabilidade política da prefeitura municipal.
Profissionais, empresários e lideranças que amam esta cidade precisam dizer juntos: não aceitamos esse modelo de taxação tributária que penaliza quem constrói, gera empregos e faz Sinop prosperar.
Este artigo não é só um desabafo. É um chamado, um chamado à razão, às responsabilidades, ao diálogo e à reconstrução deste vital tema. Sinop não pode ser travada por decisões unilaterais. Não pode ser tratada como linha de produção de guias de arrecadação. Ela precisa de previsibilidade, liberdade econômica e segurança jurídica.
Se existe uma hora para nos unirmos de novo, como fizeram nossos pioneiros, é agora. Não por vaidade, mas por dever. Não contra alguém, mas a favor de todos. Essa cidade tem dono sim: e é o seu povo. E o seu povo merece respeito.
RAFAEL LOPES GONZALEZ É ENGENHEIRO CIVIL, MEMBRO DA AENOR (ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS E AGRÔNOMOS DO NORTE DE MT)
Fonte: RAFAEL LOPES GONZALEZ
Veja Mais
Falta de revisão pode dar preju superior a R$ 500 mil por dia
Publicado em 06 de Agosto de 2025 ás 07h 35min
Observadores mirins realizam expedição em busca de aves
Publicado em 06 de Agosto de 2025 ás 06h 34min
Empresas de MT respondem por 1/3 da demanda nacional de gergelim à China
Publicado em 06 de Agosto de 2025 ás 05h 35min