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Bem-estar animal valoriza carne do produtor mato-grossense no mercado
23 de Maio de 2025 as 05h 40min

Produtores rurais de Mato Grosso estão aderindo a práticas de bem-estar animal como estratégia para valorizar a produção de carne bovina. A tendência tem gerado resultados positivos tanto para os animais quanto para os trabalhadores e já reflete na qualidade do produto final, com ganhos comerciais no mercado interno e externo.
O conceito se baseia em cinco pilares: nutrição adequada, ambiente confortável, saúde monitorada, manejo humanizado e liberdade para expressar comportamentos naturais. Esses fundamentos seguem recomendações internacionais, como as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que vêm ganhando força entre consumidores e importadores, especialmente na Europa e Ásia.
Em Mato Grosso, essas práticas vêm sendo estimuladas por órgãos como o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que incentiva a adoção de boas práticas nas propriedades, e também por instituições como o Senar-MT e o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), que promovem capacitações, assistência técnica e programas de certificação voltados à sustentabilidade e ao bem-estar animal.
Um dos exemplos é a fazenda da pecuarista Carmen Perez, em Araguaiana. Ela transformou o manejo do rebanho após constatar os impactos negativos das técnicas tradicionais. “Os manejos eram muito violentos, e eu não queria mais trabalhar daquela forma”, afirma. A transição, iniciada há 18 anos, trouxe ganhos para toda a equipe e os animais.
Na prática, isso significou o fim de gritos e agressões no trato com o gado, investimentos em nutrição equilibrada, instalações adequadas, sombreamento natural nos pastos e cuidados sanitários rigorosos. A abordagem reduziu o estresse nos animais e impactou diretamente a qualidade da carne, com maior maciez, suculência e coloração ideal.
Bruno de Jesus Andrade, diretor de Projetos do Imac, destaca que o manejo racional é uma ferramenta estratégica. “Reduz perdas, melhora a qualidade da carne e abre portas no mercado internacional”, diz. Ele explica que consumidores estão cada vez mais exigentes, buscando alimentos que respeitam critérios éticos e ambientais.
Isso ocorre porque animais estressados consomem suas reservas energéticas antes do abate, o que prejudica a conversão do músculo em carne. O resultado são cortes mais duros, secos e escurecidos. “O bem-estar animal valorizou muito meus animais. A carne tem qualidade superior, o que é excelente para os negócios”, afirma Carmen.
Além da carne de qualidade, propriedades que investem no bem-estar animal também observam melhoria no ambiente de trabalho, com redução de acidentes, aumento da produtividade da equipe e maior retenção de mão de obra qualificada.
O tema será pauta do World Meat Congress (Congresso Mundial da Carne), que acontece pela primeira vez no Brasil, em outubro, em Cuiabá. O evento é promovido pelo Imac e deve reunir representantes de mais de 60 países. A escolha de Mato Grosso como sede reforça o protagonismo do estado na pecuária de corte sustentável e na exportação de carne bovina.
Entre os assuntos em debate estão tendências globais, inovações tecnológicas, rastreabilidade, regulações sanitárias e questões ambientais. O foco é fortalecer a cadeia produtiva da carne, fomentar o comércio global e buscar melhorias contínuas em qualidade, segurança alimentar e responsabilidade socioambiental.
Fonte: DA REPORTAGEM
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