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CDL Sinop vê risco econômico com sobretaxa do governo Trump
29 de Julho de 2025 as 04h 52min

A escalada protecionista anunciada pelo governo dos Estados Unidos acendeu o sinal de alerta entre representantes do setor produtivo de Mato Grosso. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Sinop divulgou no sábado (26) uma nota pública em que manifesta “preocupação com os impactos econômicos” decorrentes da nova tarifa comercial imposta pelos norte-americanos a uma série de produtos brasileiros, especialmente os ligados ao agronegócio.
A medida, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto, pode elevar em até 50% os encargos sobre exportações brasileiras de carnes, café, sucos, pescados, couro, produtos florestais e derivados da soja. A previsão de entidades do setor é de queda expressiva nas vendas externas para o mercado norte-americano, com repercussão direta na balança comercial brasileira e efeitos colaterais sobre a economia interna.
Mato Grosso, quarto maior exportador do país, é um dos estados mais vulneráveis à medida. Em 2023, foi responsável por US$ 27 bilhões em vendas internacionais, com superávit de US$ 24 bilhões. O bom desempenho está ancorado em cadeias agroindustriais altamente dependentes de mercados como os EUA. Nos últimos 20 anos, o PIB estadual cresceu 154,7% em termos reais, a maior variação entre todas as unidades da federação, conforme dados da Secretaria de Planejamento do Estado.
No texto, a CDL ressalta que o comércio e a indústria locais têm sua dinâmica econômica fortemente associada à performance do agronegócio. “O ambiente de negócios precisa ser estável e previsível. Restrições comerciais de grande impacto afetam toda a cadeia: da produção ao consumo”, afirma o presidente da entidade, Edmundo Costa Marques Neto.
O dirigente também relaciona a tensão internacional à atual conjuntura de juros elevados e crédito restrito. Com a taxa Selic em 15% ao ano, o financiamento da produção e do consumo está mais caro, o que reduz o ritmo dos investimentos e a capacidade de expansão do setor produtivo. “Essa combinação de cenário externo incerto com condições internas adversas amplia o risco e inibe a recuperação econômica”, disse.
Segundo o comunicado, as barreiras impostas por Washington comprometem ainda a segurança de planejamento das empresas e influenciam negativamente o comportamento dos consumidores, afetando a confiança no mercado. Para a CDL, as consequências podem atingir também o emprego e a arrecadação de impostos nos municípios. “Defendemos que o diálogo institucional seja o caminho para resolver conflitos internacionais dessa magnitude. Cooperação entre os países e respeito aos acordos comerciais são fundamentais para preservar a estabilidade econômica e garantir o abastecimento global”, diz a nota.
A CDL afirma ainda que segue monitorando os desdobramentos da decisão norte-americana e se coloca à disposição das autoridades para colaborar na construção de medidas que priorizem a economia real e o bem-estar da população. “É preciso preservar empregos, renda e o futuro do estado”, conclui o texto.
Fonte: CLEMERSON SM
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