Fusões travam articulação política para 2026 em MT

21 de Maio de 2025 as 14h 53min

As articulações políticas para a sucessão estadual de 2026 em Mato Grosso estão paralisadas à espera das definições sobre federações e fusões partidárias que seguem em andamento na capital federal. O cenário tem deixado líderes locais sem margem de manobra para avançar nas discussões sobre composições e estratégias regionais.

O deputado estadual Paulo Araújo (PP) avalia que a movimentação nos bastidores de Brasília tem esvaziado os debates no estado. Ele tentou abrir diálogo com o governador Mauro Mendes (União) e outros nomes da base aliada para iniciar a montagem do mapa eleitoral do próximo ano, mas esbarrou no impasse nacional.

O objetivo da articulação seria acomodar aliados em legendas viáveis, de forma a garantir musculatura eleitoral e condições de eleger uma bancada robusta na Assembleia Legislativa. A meta, segundo aliados, seria conquistar mais de 20 cadeiras.

Apesar da disposição política em Mato Grosso, o cenário de incertezas impede qualquer avanço efetivo. O MDB, por exemplo, discute federação com o Republicanos. Já o PSDB tenta uma fusão com o Podemos. Com tantas conversas em curso, o alinhamento nos estados fica suspenso, aguardando o desfecho das negociações em nível federal.Esse congelamento das movimentações locais revela um efeito colateral das federações partidárias. Embora criadas com o objetivo de dar maior estabilidade às siglas e evitar mudanças frequentes de legenda, as federações também concentram o poder de decisão nas cúpulas nacionais, limitando a autonomia dos diretórios estaduais.

Na prática, as lideranças regionais tornam-se espectadores dos acordos que serão selados a portas fechadas, sem poder definir previamente as alianças locais. A consequência é a postergação das costuras políticas nos estados, onde os prazos para filiações, formação de chapas e alianças começam a apertar.

o caso de Mato Grosso, a indefinição atinge partidos da base governista e também forças da oposição, que aguardam o cenário clarear para iniciar suas próprias movimentações. Até o momento, não há uma configuração clara de como se dará a disputa estadual.

A pressão por decisões conjuntas com os deputados estaduais tem crescido, mas ainda não há uma previsão de quando essa conversa ocorrerá. Enquanto isso, nomes com pretensão de disputar cargos majoritários seguem em compasso de espera.

Nos bastidores, o entendimento é que só após o Congresso Nacional bater o martelo sobre as federações e fusões partidárias será possível montar, de fato, o tabuleiro eleitoral de 2026. Até lá, o jogo segue suspenso — com as peças fora do tabuleiro e os caciques políticos esperando o sinal verde de Brasília.

Fonte: DA REPORTAGEM