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Milho importado pressiona mercado e preocupa produtores de MT
11 de Abril de 2025 as 11h 11min
A recente decisão do governo federal de zerar a tarifa de importação do milho para todos os países acendeu um sinal de alerta no setor agropecuário brasileiro. A medida, que visa garantir o abastecimento e segurar os preços no mercado interno, tem gerado debates acalorados sobre seus efeitos práticos — especialmente para estados produtores como Mato Grosso, maior celeiro de grãos do país.
Embora o Brasil seja um dos maiores exportadores mundiais de milho, as importações continuam sendo uma prática estratégica, principalmente para atender à demanda da região Sul. Mais recentemente, também se intensificaram no Nordeste, com destaque para o milho vindo do Paraguai, país do Mercosul que já se beneficia da isenção de impostos nas transações com o Brasil.
Agora, com a tarifa zerada também para países de fora do bloco, como os Estados Unidos e a Ucrânia, abre-se uma janela de competitividade ainda maior para o milho importado. Essa mudança tem potencial de influenciar fortemente a formação dos preços internos, gerando incertezas entre os produtores.
Segundo estimativas da Biond Agro, o milho importado pode chegar ao mercado brasileiro com preços entre R$ 85 e R$ 91 por saca, dependendo da origem e da logística envolvida. Caso esses valores se mostrem viáveis, é possível que o preço do cereal no Brasil fique ancorado próximo aos R$ 80 por saca, o que afeta diretamente a margem de lucro dos agricultores.
Felipe Jordy, gerente de inteligência e estratégia da Biond Agro, avalia o movimento como uma “faca de dois gumes”. “Por um lado, a medida ajuda a conter uma possível alta de preços, o que é bom para o consumidor e para setores que usam o milho como insumo. Mas, por outro, pressiona o produtor rural, que ainda esperava preços melhores para comercializar sua safra”, afirma.
Jordy destaca que Mato Grosso, por ser o maior produtor nacional de milho, será particularmente impactado. “A competitividade do milho importado pode afetar o ritmo de comercialização local. Produtores podem segurar as vendas ou mesmo repensar o planejamento da próxima safra, dependendo da evolução desse cenário”, analisa.
Além das variáveis políticas e comerciais, o clima segue como um fator-chave para o mercado de milho. A chamada safrinha, responsável por grande parte da produção brasileira, está diretamente condicionada às condições climáticas das próximas semanas. Chuvas em excesso ou estiagem prolongada podem comprometer a produtividade.
Fonte: CLEMERSON SM
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