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MT registra o maior número de feminicídio dos últimos 5 anos
23 de Dezembro de 2025 as 07h 15min
Alto número de feminicídio em MT – Foto: Divulgação
Mato Grosso registrou 52 casos de feminicídio entre janeiro e dezembro de 2025, segundo dados do Observatório Caliandra, divulgados pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT). O número é o maior desde 2020, quando foram contabilizados 62 casos.
O levantamento inclui o caso de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, assassinada em 12 de março deste ano e que foi denunciado pelo MPMT como feminicídio. Já os dados da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) não consideram o caso no balanço oficial.
O feminicídio é um assassinato praticado contra uma mulher, especialmente pelo fato da vítima ser mulher, motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero. De acordo com o levantamento, as principais motivações dos crimes foram términos de relacionamentos, ciúmes associados ao sentimento de posse e o menosprezo pela condição feminina.
Entre as vítimas, sete possuíam medidas protetivas de urgência, enquanto 45 não tinham nenhum tipo de proteção judicial no momento do crime. O mês de junho foi o mais violento do ano, com 10 registros, concentrando o maior número de ocorrências no período analisado.
Já o município com maior número de casos foi Sinop, com seis feminicídios registrados. A maioria das ocorrências aconteceram dentro das casas das próprias vítimas, reforçando o cenário de violência no ambiente doméstico. Ainda segundo o painel de monitoramento, os principais meios utilizados pelos agressores foram armas cortantes ou perfurantes.
ÓRFÃOS DO FEMINICÍDIO
O levantamento também revelou que, em 2025, 87 crianças e adolescentes ficaram órfãos de mãe em decorrência do feminicídio. No ano de 2024, o estado havia registrado 83 crianças e adolescentes que perderam as mães vítimas de feminicídio, o que evidencia a continuidade do problema e seus efeitos sobre novas gerações.
Em Cuiabá, um benefício mensal é pago pela prefeitura para as crianças orfãs de mães vítimas de feminicídio. O auxílio ajuda com despesas, como a alimentação e material escolar das crianças.
ALGUNS CASOS
Em agosto deste ano, a estudante de administração Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, de 24 anos, foi morta a tiros enquanto estava em um pesqueiro no Bairro Verdes Campos, em Sorriso.
O principal suspeito é o ex-namorado da vítima, José Alves dos Santos, de 31 anos, que foi preso um dia após o crime. Câmeras de segurança registraram o momento em que José chega ao local segurando uma caixa embrulhada. Em seguida, ele abre o pacote, retira uma arma e dispara diversas vezes contra Jacyra.
Já em janeiro deste ano, Regiane Alves da Silva, de 29 anos, foi morta a facadas enquanto estava com a filha três anos no colo e a outra filha, de 8 anos, sentada ao lado, em um bar de Confresa, a 1.160 km de Cuiabá. O marido da vítima, Emival Antunes Barbosa, de 47 anos, foi preso pelo crime.
A fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro, de 33 anos, foi morta a facadas dentro da casa onde morava, na Avenida das Sibipirunas, em Sinop. O principal suspeito do crime é o marido da vítima, Lucas França Rodrigues, de 22 anos, que foi preso em flagrante.
Ana Paula foi morta um dia após discutir com o marido sobre escatologia — estudo teológico que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final da espécie humana. Lucas afirmou em depoimento que estudava escatologia e que a discussão com esposa ocorreu porque ela não concordava com a doutrina.
Fonte: DA REPORTAGEM
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