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Domingo, 13 de Julho de 2025

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O Rock é a trilha sonora da rebeldia que resiste ao tempo

13 de Julho de 2025 as 05h 27min

Live Aid marcou história – Foto: Divulgação

O dia 13 de julho é mais do que uma data simbólica para os amantes da guitarra distorcida, da bateria pulsante e das letras contestadoras. É o Dia Mundial do Rock, uma homenagem ao lendário festival Live Aid, realizado em 1985, que mobilizou artistas e fãs em prol do combate à fome na Etiópia. A iniciativa teve shows simultâneos em Londres e na Filadélfia, com nomes como Queen, U2, David Bowie e Led Zeppelin reunindo milhões de pessoas diante da TV.

Embora tenha origem anglófona, a celebração ganhou força especialmente no Brasil, onde rádios, fãs e veículos especializados adotaram a data como símbolo da cultura rock'n'roll. Curiosamente, o Dia Mundial do Rock não é amplamente celebrado fora do Brasil — mas aqui, virou tradição entre fãs e músicos que veem o gênero como estilo de vida.

O rock nasceu nos Estados Unidos, no final da década de 1940, como uma fusão entre blues, country e rhythm & blues. De início, era considerado um som subversivo, associado à juventude negra e, depois, à rebeldia branca liderada por ícones como Elvis Presley. A partir dos anos 1960, o gênero se espalhou pelo mundo e ganhou novas roupagens.

Bandas como The Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, The Doors, Led Zeppelin e mais tarde Nirvana, Metallica e Radiohead marcaram diferentes gerações com suas abordagens únicas. Cada década teve seu subgênero favorito: psicodélico, progressivo, punk, grunge, alternativo.

No Brasil, o rock ganhou força a partir dos anos 1980 com a explosão da chamada “geração BRock”, que trouxe letras em português com críticas sociais, políticas e existenciais. Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii são apenas alguns dos nomes que transformaram o gênero em parte da identidade urbana do país.

Antes disso, artistas como Raul Seixas e Mutantes já flertavam com o rock, incorporando elementos da contracultura, do tropicalismo e da filosofia libertária. Raul, inclusive, é considerado o “pai do rock brasileiro” e até hoje é referência obrigatória em qualquer roda que fale sobre o tema.

Nos anos 2000, o gênero voltou a ganhar força com bandas como Charlie Brown Jr., CPM 22, Detonautas, Pitty e NX Zero, que conversavam diretamente com a juventude da época. Mas com o avanço da internet, o surgimento do streaming e a explosão do pop, do sertanejo universitário e do funk, o espaço do rock foi sendo reduzido nas grandes mídias e nas paradas de sucesso.

EM QUEDA?

Hoje, o gênero vive mais da memória do que da novidade. O rock continua presente em playlists, filmes e em festivais nostálgicos, mas dificilmente figura entre os principais lançamentos da indústria musical. O espaço outrora ocupado por bandas nas rádios e na TV foi tomado por outros estilos que dialogam mais com a linguagem e os hábitos da nova geração. 

Ainda assim, o rock não morreu. Ele sobrevive nas garagens, nos palcos independentes e em nichos de fãs fiéis. Grupos como Fresno, Scalene, Supercombo e Ego Kill Talent mantêm a chama acesa no Brasil, enquanto nomes internacionais como Foo Fighters, Greta Van Fleet e Royal Blood tentam resgatar o espírito do gênero para uma nova audiência.

A estética roqueira também resiste na moda, no comportamento e na atitude. Mesmo em um cenário de menor visibilidade, o rock mantém seu legado como trilha sonora de quem questiona, ousa e se expressa de forma autêntica. Para muitos, ser roqueiro vai além da música: é um posicionamento diante do mundo.

Em tempos de inteligência artificial e hits virais de 15 segundos, o rock continua sendo um convite à escuta mais profunda, ao som analógico, à crítica e à emoção sem filtros. É justamente por isso que, mesmo em queda, o gênero segue sendo lembrado, celebrado e redescoberto.

Neste 13 de julho, o Dia Mundial do Rock é mais do que uma homenagem ao passado: é um lembrete de que algumas ideias, quando amplificadas, continuam ecoando — mesmo que o volume esteja um pouco mais baixo.

Fonte: JOSÉ ROBERTO GONÇALVES

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