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PL enfrenta impasses internos e rivalidades com UB e REP em 2026
03 de Julho de 2025 as 06h 07min

O presidente regional do PL, Ananias Filho, afirmou que tem enfrentado grandes impasses nas articulações para 2026. A disputa por espaço entre Mauro Mendes, Pivetta, Wellington Fagundes e José Medeiros expõe um jogo político delicado. A incerteza ronda o cenário de alianças e pré-candidaturas em Mato Grosso.
As costuras para a eleição de 2026 em Mato Grosso estão longe de um alinhamento tranquilo. E o tom usado pelo presidente regional do PL, Ananias Filho, é prova disso. Ao afirmar que tem “gastado neurônios” para conduzir as articulações, ele deixa claro que o processo não é apenas estratégico, mas também exaustivo. Afinal, unir egos inflados, interesses pessoais e visões distintas de poder exige mais que articulação: exige renúncia – e ninguém parece disposto a ceder.
O PL, partido que hoje encarna o projeto bolsonarista no estado, tenta manter uma posição de protagonismo e firmeza. Mas o discurso de Ananias, ao mesmo tempo em que defende um projeto “que tem que dar certo”, revela contradições: como dar certo se os principais nomes envolvidos caminham em trilhas paralelas ou colidem no mesmo terreno?
O senador Wellington Fagundes é o nome ventilado pelo PL para disputar o governo do Estado. Mas sua imagem sofre desgaste dentro do próprio partido. É visto com desconfiança por setores mais ideológicos, que o rotulam de “melancia” — um sinal de que ainda terá de vencer batalhas internas antes de mirar o eleitorado.
Do outro lado, o governador Mauro Mendes, ainda no União Brasil, também não tem vida fácil. Flerta com o PL e com o bolsonarismo, mas enfrenta resistência para fazer esse movimento sem romper com aliados históricos, como Jayme Campos, outro interessado na disputa pelo Senado. E mesmo que decida entrar no PL, esbarrará em José Medeiros, que já ocupa espaço privilegiado no projeto da legenda.
O vice-governador Otaviano Pivetta tenta se viabilizar como nome ao governo, mas também encontra muros em todas as direções. No PL, a porta está fechada. No União Brasil, a sombra de Jayme continua sendo um entrave. Ainda que conte com aliados estratégicos como Mauro Mendes e Abilio Brunini, Pivetta não tem grupo definido, e isso pode ser fatal num jogo em que base política sólida vale mais que boas intenções.
Entre vetos cruzados, indefinições e ambições sobrepostas, o que se desenha é um cenário de grande instabilidade. As alianças parecem frágeis, os discursos estão desencontrados, e o tempo corre. O desafio não está apenas em definir nomes, mas em consolidar um projeto que consiga unir forças políticas antagônicas sob uma mesma bandeira — ou ao menos sob um mesmo objetivo.
Ananias tem razão em dizer que é preciso fazer dar certo. Mas talvez o que falte ao projeto do PL não sejam neurônios, e sim humildade política. Porque sem composição real, o risco é transformar um plano de poder em um jogo de xadrez sem xeque-mate.
Fonte: CLEMERSON SM
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